O Duda já fez seu relato aqui, vou agora postar o meu. Acho que é o relato mais pessoal que já fiz, vocês entenderão por que no final.
Abaixo algumas fotos do sábado, que foi quando a corrida começou prá gente:
Danou-se
Grande abraço e até domingo na Papacorrida.
Jean
Adrennon
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A largada foi às 8:00, a pé, correndo pelo estradão. A prova não aparentava grandes dificuldades na navegação, então o negócio era ir de "plano tosco", mesmo, e socar a bota desde o início.
Nos mantivemos nas primeiras posições apenas por 5 km e meu fôlego começou a faltar. Mal sinal. Dois quartetos nos passaram ainda antes de entrarmos na água, no km 8.
Eu não estava me sentindo bem, um tanto enjoado, achei que na água iria normalizar. Ainda antes do rio, ameacei vomitar.
O trecho de duck alternou águas paradas com alguns trechos de leves corredeiras, onde o maior obstáculo eram os galhos das árvores e trechos muito rasos, que precisaram ser vencidos a pé em alguns momentos.
Nosso desempenho no remo não foi bom, algumas equipes da categoria Aventura nos passaram. Foram 11 km um tanto cansativos, mas não a ponto de baixar a moral da equipe.
Saímos da água e logo recomeçamos a correr. E aí começou meu sofrimento. Menos de 2 km depois, quando começou uma subida mais forte, cumpri a "ameaça" anterior e "chamei o Hugo".
Cena triste e decepcionante, pois o quarteto Life nos passou nesse momento. Orgulho ferido, contei com a ajuda dos companheiros de equipe, em especial do Giovani, para percorrer os 5 km até a natação.
Na natação chegamos nós, Life e outro quarteto que não identifiquei. Eu estava num estado lastimável, não conseguia nem beber isotônico.
Mas, incentivado pela dedicação e bom humor da equipe, fiz a natação sem problemas. Pela minha necessidade de fazer tudo meio 'devagar', saímos em 4o da área de transição.
E seguiu-se o sofrimento: apenas mais um 1km de corrida e vomitei de novo tudo que tinha comido depois de sair da água. Agora eu estava realmente 'seco', mais nada prá sair...
E o pior é que nessa hora, exatamente onde meus "amiguinhos queridos" registravam em fotos meu sofrimento agachado na beira da estrada, a gente deveria ter pego uma trilha para ir até a área de transição seguinte. Por causa disso, perdemos mais 10 minutos dando uma volta maior. Mas eu não queria desistir, não mesmo. Depois do esforço prá conseguirmos viajar no dia anterior, eu tinha que fazer valer a pena.
Na AT seguinte recebemos uma planilha de "enduro bike". O cara da AT parecia que estava com pressa para zerar o cronômetro e eu não estava raciocinando direito, nem perguntei se aquilo descontaria pontos caso não fizesse no tempo correto conforme a planilha e também não sabia onde aquele trecho terminaria. Também, ninguém manda não chegar a tempo da reunião técnica prá perguntar essas coisas, rs...
E prá completar, furou meu pneu dianteiro no meio desse trecho. Eu estava acabado, deitei sobre minha mochila enquanto o Duda habilmente trocava o pneu.
Tudo parecia ruim naquela altura... mas, olha como é a ironia: a parada para trocar o pneu me recuperou um pouco, o pessoal que estava na nossa frente e que fez o trecho de Enduro Bike a toda velocidade acabou se perdendo.
E nós, atrasados pelo pneu furado, no meu estado sofrível, fazendo o trecho no tempo certo prá não "perder pontos"... chegamos no PC5 em segundo lugar. E - felicidade total! - tinha um armazém com aquela coca-cola bem gelada! Fui do inferno ao paraíso em 5 minutos!
Os 7 km seguintes de bikes foram quase normais prá mim, nossa, eu estava renovado. Ainda não conseguia comer nada, estava fraco, mas andar rápido fez bem pro ânimo da equipe.
Chegamos para a tirolesa na Cascata do Maringá, Duda e Camila tiveram o prazer de darem aquela escorregada na água. Lugar muito bonito. Na saída do parque o quarteto Life apareceu, sinal que não podíamos vacilar. Largamos logo para mais 13 km de bike até o rapel, passando antes por um PC virtual.
O rapel foi na Cascata do Porongo, outro lugar muito bonito na região de Vila Maria. Eu estava precisando de adrenalina, só isso iria me levar até o final, decidi fazer o rapel.
Subi com Duda uma trilha até o topo da cascata e ele logo fez a descida rapidamente. Chegou a minha vez, peguei o freio com a mão esquerda e ela só tremia, não consegui puxar a corda com a mão direita prá montar no freio... tive que pedir pro sujeito montar, era capaz de eu fazer uma bobagem. Mas foi tranquilo, tirando esse vacilo na entrada, a descida foi ótima.
Novamente encontramos a equipe Life na saída no rapel. Agora faltava pouco. Fizemos 4 km de bike até o Morro do Urubu, onde tinhamos que subir a pé até o topo e pegar a senha com o PC que lá estava. Uma subida difícil, mas não muito demorada. O açucar do refrigerante e a proximidade da chegada me animaram, consegui subir e descer sem problemas.
E lá embaixo estavam os amigos da Life, de novo... perseguição até o final. Na estrada ainda encontramos o 4o quarteto, mas agora era só com a gente, 5 km de bike e estávamos comemorando o 2o lugar.
Foi muito bom "ultrapassar" meus limites dessa forma, suportar a fraqueza por não comer e beber muito pouco, mas é especialmente prazeroso por não ter desistido no meio do processo.
Até brincamos no topo do Morro do Urubu que a partir de agora estava comprovado que a Adrennon podia fazer as corridas com quase nada de comida, que é praticamente supérfulo! hahaha
Claro que é brincadeira. E eu não teria conseguido sem a ajuda da equipe nas horas mais complicadas.
Valeu, galera!
Quanto maior a dificuldade, maior a satisfação!
PS: Fotos completas aqui.
Trajeto da corrida aqui.
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