Nos dias 28 e 29 de agosto estivemos em Sertão Santana, para a 3a etapa do Circuito dos Vales de Corrida de Aventura, circuito promovido pelo Luis Leandro Grassel (Vita Esportes).
Foi uma ótima prova e tivemos um ótimo resultado também, 2o lugar nos quartetos Categoria Pro. A Adrennon contou comigo, Jean, mais Tati, Duda e Geovani.
Segue abaixo relato.
Jean
Largamos de bike às 7:00, depois de uma noite chuvosa. Até que estava bom dormir com o barulho da chuva no telhado do ginásio, hehehe...
Saímos da cidade em um grande pelotão puxando a ponta. Antes do km 4, uma bifurcação e na euforia da largada acabamos seguindo o quarteto Malamute, que liderava e tomou a direção errada. Menos de 400 metros depois, erro percebido, corrigimos e continuamos em ritmo forte.
Passamos pelo primeiro PC virtual e fomos até o primeiro AT, perto do km 8. Haviam 2 PCs para buscar no trekking, e as alternativas eram uma longa subida pela estrada até o primeiro PC e voltar por trilha, pegando o segundo PC, ou o caminho inverso, que apresentava uma subida mais íngreme, mas parecia dar menos chance de erro, já que seria muito mais fácil depois do primeiro PC simplesmente 'mirar' em direção a estrada.
Optamos pela segunda opção. O trajeto depois do primeiro PC era com uma trilha quase inexistente, acabamos nos afastando do riacho que servia de orientação geral da direção e perdemos algum tempo. Aqui já percebemos que a prova seria bem dinâmica e até difícil, equipes vindo de sentidos opostos e pegando trilhas diferentes, alguns já com dificuldades na navegação.
PCs alcançados, toca correr de volta para o AT. Estávamos perto do km 12. Era apenas início de prova, mas 'corujando' as planilhas dos PCs vimos que o quarteto Malamute, que havia se perdido no início, já havia se recuperado, mas também vimos que alguns quartetos não conseguiram pegar os 2 PCs do trekking, ou seja, estávamos numa posição intermediária.
Muito barro nos próximos 9 km de bike, câmbios já começavam a reclamar.
E os 'Cerros' que deram nome a prova começaram a aparecer... Nosso próximo PC era na cota de mais ou menos 350 metros (estávamos a 100). Optamos por subir pela trilha mais próxima em vez de dar uma volta de aproximadamente 3 km. Foi uma subida puxada, praticamente só empurrando as bikes. Subimos junto com outro quarteto e com a dupla Arual. Chegamos tão cansados lá em cima que fizemos um grande 'pique-nique' conjunto de recuperação, hehehe...
Mas a competição continuava. Iniciamos primeiro a descida, agora pelo outro lado do cerro. Seguiram-se mais 8 km de barro, agora a coisa estava feia, mesmo, Geovani já não conseguia engatar algumas marchas, todas bikes gemiam muito...
No km 30 mais um momento de decisão, ou fazíamos 2 km de trilha pelo cerro, ou 6,5 km de bike pela estrada. O barro até que assustava, mas assim que vimos a dupla M&G Expedition, de Imigrante, que tinha acabado de entrar na trilha, já empurrando as bikes, não tivemos dúvida, estrada!
Conseguimos uma boa dianteira para o quarteto que vinha junto conosco. Quando chegamos no AT seguinte, vimos que estávamos atrás somente da equipe Malamute.
Aqui viria a melhor parte da prova, um trekking em dois cerros, buscando as cotas mais altas de ambos. Fizemos primeiro o mais próximo, quando entramos na trilha simples, nem ficamos muito tempo procurando e já atravancamos mato, direto prá cima. Lá, uma ótima surpresa, um rochedo com uma vista fantástica do vale por onde acabamos de passar.
Na descida, avistamos a estrada que deveríamos passar e novamente 'atalhamos' pela lavoura. Mais dois km de estrada e logo vimos o nosso próximo cerro, esse bem mais íngreme, sem acesso aparente. Seguimos mais ou menos o que dizia o mapa, a tempo de ver as primeiras duplas descendo. Uma boa subida em trilha indistinta, mas nem tão difícil. Enormes rochas marcavam o caminho.
Em um ponto totalmente inesperado, havía a orientação da organização do caminho a seguir. Cheguei a perguntar mais de uma vez pro sujeito, "como assim?", "aqui mesmo?", "mas será passa?"...hehehe...
Tinhamos que nos embrenhar pelo meio das rochas, nos abaixando, quase rastejando, parecia que estávamos entrando em uma caverna. De repente, numa quebrada à esquerda, uma enorme fenda entre as rochas. "Chutando", deveria ter uns 15 metros de altura, mas pedras menores haviam caído e se acomodado no meio do caminho, formando praticamente um túnel. A fenda tinha de 1 metro até pouco mais de 50 centímetros de largura em alguns locais. E seguia em degraus subindo o morro por cerca de 30 metros, os quais deveriamos transpor com auxílio de cordas.
Muito legal essa parte da prova. PC picotado e voltamos a descer, fazendo mais um atalho pelas lavouras e transpondo um pequeno arroio. Nesse retorno cruzamos por todos os demais quartetos, sinal que ainda estavam na prova, mas já um tanto afastados.
Na volta até o AT, lavamos as bikes, nossa última parada um pouco mais demorada. Faltavam ainda 10 km de bike até a cidade, onde largaríamos os equipamentos para o último trecho da prova.
Fizemos a parte final praticamente sem a companhia de ninguém. Largamos as bikes na praça central e partimos somente com os coletes e o mapa para a parte final, que consistia em um trekking, natação e retorno até a chegada. No meio do caminho tínhamos que pegar um PC, cujo local nos deixava próximos do local da natação mas longe da estrada que levava até lá, ou seja, agora era fazer uma boa navegação.
Já na saída do PC atravessamos um arroio com água até a cintura, na saída do mato, nenhum ponto de referência. Não teve jeito, azimute, tomada da direção geral e segue por lavoura e banhado.
Por sorte a distância era pouca, logo achamos a estrada, tudo conforme esperado. Víamos ao longe o pessoal no açude, mas com vento contra, como aquela reta demorou a ser vencida!
Fizemos a natação, nehuma câimbra como em Guaporé, hehe, mas o cansaço do final nos fez voltar pela estrada, sem pressa, sem stress...
Último trecho dentro da cidade, Adrennon em 2o na categoria Pró. Muito bom!
Foi uma ótima prova, agora, treinos e mais treinos para Santa Maria e Igrejinha!
Valeu, Adrennon!