Aconteceu neste final de semana o Desafio Guaporé, prova da Vita Esportes, em um local que - até onde sei - nunca havia recebido uma corrida de aventura e que prometia muitos desafios, pela altimetria, pelos trilhos e túneis de trem, pelos mais de 110 atletas participantes e pelo frio e chuva que se anunciavam. A Equipe Adrennon participou comigo, Jean, mais Duda, Tati e Geovani.
Na entrega dos mapas, muita agitação, conversas e sondagem com os atletas locais, pois na reunião técnica a organização havia liberado a separação das equipes em alguns trechos da prova, ou seja, os postos de controle virtuais poderiam ser buscados por somente parte da equipe e em qualquer ordem, o que permitiria diversas opções de trajeto e estratégias.
Depois da largada, antes dos primeiros 2 km, a primera separação do pelotão. Até o PC1, tinhamos duas opções de trajeto: uma que tinha 3 km de trilhos e mais 4 de estrada e a outra que tinha 3 km de estrada e mais 4 de single trekking. Nós fizemos uma terceira opção, 9 km somente de estrada. Nesse primeiro trecho quem conhecia o local se aproveitou, pois havia um bom trecho de estrada paralela aos trilhos e quem foi por ali já teve alguma vantagem. Independente do trajeto utilizado, todas equipes chegavam no PC 1 com as bikes em estado sofrível, câmbios e freios embarrados, algumas já sem engatar algumas marchas.
Saíndo do PC1, primeiras duas encruzilhadas e algumas equipes já cometeram pequenos erros. No km 12 já pegamos uma trilha de bike muito técnica, cheia de barro e pedras, Foram dois km bem legais, e era só o começo! Por sorte, passamos por um riacho onde conseguimos lavar um pouco o barro das bikes.
Largamos as bikes no AT (KM 17) e fizemos cerca de 2 km pelos trilhos. A partir daí viria um trekking com 3 PCs virtuais e um humano, onde toda a equipe deveria estar junta para validar a passagem. E foi jogo livre, equipes se espalhando, pegando trajetos diferentes, uma correria!
Enquanto Duda e Tati seguiam direto pelos trilhos, eu e Geovani saímos em busca do PCV 7. Começou com uma pequena subida de 1 km e pouco até a estrada e depois uma longa descida, que terminou em uma trilha fechada que saía aos pés do viaduto Mula Preta, conhecido pela travessia perigosa, já que não possui proteções laterais, apenas os dormentes de madeira e alguns refúgios espalhados. (Viaduto Mula-preta no Google Maps).
Conseguimos uma pequena vantagem, seguindo as indicações do mapa, atravessando o riacho e voltando aos trilhos pelo outro lado, enquanto algumas equipes batiam cabeça varando mato. Acabamos reencontrando Duda e Tati exatamente no momento que voltamos aos trilhos. Um visual fantástico na travessia do viaduto, muito cuidado na passada, prá não enfiar o pé entre os dormentes! hehehehe. Seria uma quedinha de uns 100 metros, mais ou menos....
Tentando adiantar o passo, novamente nos separamos depois de mais um km nos trilhos. Eu e Geovani partimos em busca do PCV 6, que era praticamente em cima de um longo túnel de 2 km. Partimos pela estrada, pegamos o PC e descemos novamente até o PC5, onde Duda e Tati já nos esperavam há um bom tempo.
No PC5 vimos que estávamos na terceira colocação, um breve descanso e começamos a voltar pelo túnel mais longo, já cruzando com mais algumas equipes. Por sinal, o tempero da prova foi esse encontro das equipes em vários pontos, muitas vezes em sentido contrário, cada um tentando usar e melhor estratégia.
Faltava prá gente apenas o PCV 8, antes de voltar para o AT das bikes. Fiz uma opção errada e voltamos todos pelo trilho, enquanto as outras equipes usavam a estrada a partir de certo ponto. O resultado foi que 4 equipes estavam juntas no AT, no km 38. Saímos por último, mas logo atrás.
No Km 41, a natação (gelada!), câimbras generalizadas na saída da água, a pressa por ver as equipes saíndo enquanto nós ainda estávamos nadando. Nesse ponto, o desânimo abateu a equipe. Ver todos nos passarem no AT, a água não nos deu aquela revigorada esperada, prá completar ainda vomitei logo em seguida. Mas pegamos o PCV 9 e seguimos, tentando não diminuir o ritmo.
Eram mais 12 km de bike até o último PC, pegamos mais umas trilhas muito boas de bike, cruzando riachos, uma subida forte de empurra-bike, passamos pelo Autódromo e descemos até o rio Carreiro, onde tivemos outra trilha daquelas bem enlameadas, paralela ao rio.
Agora eram só mais 2 km de subida forte e mais 2 km dentro da cidade. Chegamos. Cansados, um pouco decepcionados, mas satisfeitos pelo geral da prova. A prova estava excelente, trilhas muito boas, várias possibilidades de trajeto, bastante competitiva, equipes se cruzando a todo momento, uma chegada disputadíssima, onde as 3 primeiras equipes chegaram a um minuto uma da outra e do primeiro ao último houve apenas uma hora de diferença. Foram quase 58 km, um desnível acumulado de mais de 1000 metros (muita subida e descida!)
Parabéns ao Luis pela prova e pela escolha das trilhas.
Parabéns à equipe, todos deram o seu máximo - com pequenos detalhes a serem corrigidos, a gente vai chegar lá.
E que venha o Desafio Gaúcho!